Monique Ferbek
O cenário no mercado de café para este ano é bem desafiador. Por conta da seca, estima-se a perda de R$ 4 milhões de sacas de café conilon na produção. Já para a safra de café arábica prevê-se um aumento de safra, já que na região de montanhas, as chuvas ocorreram de maneira mais intensa e os prejuízos em relação à colheita se apresentam de forma menos severa. De todos os modos, para ter competitividade de mercado uma das alternativas é diferenciar o produto, agregando qualidade e, consequentemente, valor.
Para auxiliar os produtores de Domingos Martins, a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural, realizou na última quinta (12), um encontro com cafeicultores para capacitá-los com orientações em relação à produtividade, sustentabilidade, qualidade, opções de crédito, informações e cuidados na colheita e pós-colheita (formas para colher e secagem, causas e modos de evitar os defeitos, beneficiamento, armazenamento, classificação, entre outros assuntos).
“Além do cenário, os processos mudam, as tecnologias, por isso, a atualização é fundamental para estarmos sempre preparados para podermos seguir no mercado, adaptando a oferta de ferramentas a nossa região. O objetivo deste encontro é fornecer mecanismos para que o produtor possa melhorar, diferenciar e agregar valor ao seu café”, disse o secretário de Desenvolvimento Rural, Darci Schaefer.
“Constata-se que a maioria dos cafeicultores não conhece a qualidade do produto que geram, desconhecendo as práticas que usualmente utilizam no processo produtivo e que acabam gerando defeitos que influenciam no tipo e na qualidade final de café. São práticas antigas que vêm impedindo que a cafeicultura capixaba ingresse no seleto rol dos produtores com qualidade superior. Buscamos incentivar a renovação da lavoura, nas tecnologias agronômicas para aumento de produtividade, preocupações com colheita e pós-colheita, momento em que a maioria dos defeitos é gerada”, explicou o engenheiro agrônomo Marcos Moulin Teixeira que deu orientações práticas sobre os processos adequados no manuseio do fruto.
Darci Schaefer/ Marcos Moulin Teixeira / Jorge Luiz Nicchio
Jorge Luiz Nicchio, presidente do Centro do Comércio de Café de Vitória, falou sobre o papel fundamental do cafeicultor e a atual situação do mercado do café no mundo. “O exportador não seria nada sem o produtor de café, sem seu empenho pela qualidade do produto. Somos referência mundial em café, cerca de 40% do movimento de café do mundo é do Brasil. A produção estimada para este ano é de mais de 50 milhões de sacas. Em 2014 e 2015 tivemos problemas climáticos que influenciaram nas safras, neste ano estamos com boa produção de arábica, mas de conilon cairemos 50% em volume, também pelos fatores climáticos”, frisou.
Ainda segundo Nicchio, temos fortes concorrentes internacionais que têm se fortalecido: Vietnã, Colômbia, Indonésia têm aumentado sua participação no mercado. “A produção mundial cresceu 28% em 10 anos e somos o segundo maior consumidor de café do mundo. O ES representa 25% da produção nacional. Destacamos que a tendência de mercado é a procura por cafés especiais, de melhor qualidade. Por isso, é importante não só produzir o café, mas privilegiar a qualidade”, pontuou.
Para falar sobre os cafés especiais e como os produtores rurais podem se tornar competitivos investindo neste ramo, o técnico da Prove Café, Rondinelle Sartório, deu suas orientações. O encontro teve a parceria do Incaper, do Sindicato Rural de Domingos Martins, CETCAF, SICOOB, Centro do Comércio de Café de Vitória, Senar, Coopram e Faes.
Concurso de café em Domingos Martins
Durante o encontro, foi lançada proposta para a realização do primeiro concurso de café no município, no final do ano, para premiar os cafés de Domingos Martins que forem considerados os de melhor qualidade. A previsão é que o concurso aconteça em novembro, com premiações em dinheiro fornecidas com apoio de parceiros e patrocinadores. Em breve, mais informações no site www.domingosmartins.es.gov.br.
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